quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Mudanças...

12 de outubro de 2013. Terceira saída-treino. E não poderíamos esperar treino melhor.
O mar estava entrando de leste, muito batido, água bem fria. Um vento também de leste, aproximadamente 20 nós. Nosso plano inicial era sair do Bairro, remar até o Guaecá e voltar, mas, vendo a condição do amr e do vento, o Capitão decidiu que seria melhor irmos contra o vento, para que na volta fizéssemos menos esforço. Saímos então, na direção norte, sentido Caraguá.
Bom, pra poupar palavras, basta dizer que desenvolvemos uma velocidade média de 2,6 km/h remando contra o vento. Péssimo desempenho, mas o vento estava realmente muito forte. Mas esse nem foi o maior problema. Eu consegui me equilibrar no Tubarão sobre as vagas, mas ao custo de muita energia. Mesmo. Enquanto isso, o Pinguim do meu pai parecia que estava num lago, e congelado ainda por cima.
Remamos até uma praiazinha logo após a praia das Cigarras, 1h35m de remada. Na volta, muito cansado, quase não consegui me manter sobre o caiaque.

Chegando à praia, o Capitão me aconselhou a trocar a embarcação. "É um caiaque mais veloz, que exige menos esforço pra remar, porém, a energia que você economiza na remada você gasta tentando se equilibrar!". E era bem isso o que estava acontecendo. Em um mar mais calmo, sem problemas, o caiaque se comportava muito bem, mas com um mar como naquele dia, seria muito custoso remar.

Pensando nisso, alguns dias depois resolvi mesmo trocar de caiaque. Compramos um outro Pinguim Fishing, que a esta hora já deve estar em São Sebastião. Neste final de semana tem treino, vamos fazer o trajeto até o Guaecá - a previsão diz que fará sol, com ventos de leste de 16 nós. Logo mais coloco as minhas impressões mais apuradas sobre o Pinguim.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Primeira opção de roteiro - pelo sul

A ideia inicial era fazer todo o trajeto em no máximo seis dias. Olhando bem o mundaréu de água pela frente e a proposta de curtir a viagem, pensei neste roteiro, que o sr. Donizete gostou, "mas temos que estudar outras possibilidades".
Bom, essa é uma das opções caso saiamos pelo sul. Sim, nada está definido, e só vai ser definido mesmo no dia da saída, com as condições do mar.


A viagem começa no Bairro, em São Sebastião. O primeiro trecho é o em vermelho claro.

1º dia: Bairro - Curral
Um trecho de 15,3 km, com saída de São Sebá, passando pelo pier da Petrobrás, pelo balsa e pelo porto até chegar na Ponta do Araçá. De lá atravessamos o canal até chegar na Ilha das Cabras, já na Ilhabela. Seguimos dali sentido sul, passando pela Feiticeira e pelo Julião até alcançar o Curral. Ali passamos a noite.

2º dia: Curral - Bonete
O maior trecho da travessia, com 21,5 km. Aqui a coisa é séria, pois não há praias no trecho inteiro, só costão e pedras. Vai ser bom. Dormimos no Bonete.

3º dia: Bonete - Saco do Diogo
Um trecho bem curto, de 8,3 km, saindo do Bonete, passando pela Anchovas, Indaiaúba até chegar no Saco do Diogo, onde, segundo relatos, tem lugar pra subir com os caiaques e pernoitar. Como esse trecho é bem curto, podemos sair mais tarde do Bonete e ir parando nas praias do caminho.

4º dia: Saco do Diogo - Saco do Sombrio
Agora sim. Agora são separados os meninos dos homens. Nesse trecho de quase 21 km a gente faz a volta na Ponta do Boi, sem nenhuma faixa de areia até o final, em mar aberto. Passaremos por cima de vários naufrágios. E que Deus nos acompanhe.
A ideia é tentar dormir no Saco do Sombrio, mas não sei se isso é possível. Caso não seja, a alternativa é remar mais 3 km e pernoitar na Praia da Figueira.

5º dia: Saco do Sombrio - Castelhanos
Depois de um braço mais longo, melhor descansar nesse trecho curtinho, de 8,3 km, e passar o dia à toa na praia dos Castelhanos...

6º dia: Castelhanos - Serraria
Um trecho de 11,8 km, com algumas praias no caminho (Saco do Eustáquio, Guanxuma, Caveira). Dormir na Serraria, onde tem uma infraestrutura legal.

7º dia: Serraria - Pacuíba
15,7 km, passando pelas praias do Poço, Fome e Jabaquara. Quase no fim!

8º dia: Pacuíba - Ilha das Cabras
Último trecho, já cansados, com mais 16,7 km pela frente. Entramos novamente no canal, passando pela face oeste toda da ilha, parando pra almoçar, provavelmente, até a Ilha das Cabras. De lá eu não sei, acho melhor deixar um SAMU de prontidão ali.

Posteriormente posto a alternativa saindo pelo norte.

domingo, 6 de outubro de 2013

A segunda saída!

Dia 22.set realizamos o segundo teste com os caiaques. Meu pai disse que tinha, uma semana antes, ido desde o Bairro até uma praia próxima à Enseada, fazendo o percurso em 1h30min. Resolvemos repetir o trajeto.
Levei um cano de alumínio de 1,80 m que achei em casa pra testar uma ideia que tivemos: montar uma espécie de bolina pra melhorar a estabilidade do Tubarão quando o mar estiver mais revolto. Trepassei o cano em uma das extremidades com um parafuso grande que encontrei em casa, pra travar no convés - o caiaque possui um furo de cerca de uma polegada bem próximo ao banco pra drenar a água que entra, é por este furo que passará a "bolina".
Logo no início, notei que eu já estava bem mais acostumado com o caiaque, engraçado como, mesmo com 20 dias sem remar, o corpo havia "memorizado" o equilíbrio que eu teria que dar no caiaque. Caí uma só vez no trajeto todo! Meu pai já estava completamente adaptado, sem problemas.
Testei a bolina, funcionou muito bem. Precisamos apenas aprimorar o projeto, mas acho que será muito útil em um momento de emergência.
Fomos remando bem devagar, sem pressa nenhuma, na direção norte. Passamos pela praia da Figueira e seguimos pela costeira, descobrindo praias pequenas - e particulares - que nunca imaginei a existência, até chegar à Cigarras. Não paramos, e demos a volta no pontão, avistando a Enseada de Caraguá. Nesse ponto, o tempo tava bem feio.

"Tempestade adiante, marujo!"

Bom, não choveu, não ventou forte, e seguimos até uma prainha minúscula algumas centenas de metros adiante. Paramos, tomamos uma água e seguimos até a "Praia das Gaivotas", que eu nem sabia que tinha esse nome até ver no Google Earth. Demos um tempo e voltamos, agora de uma vez e marcando o tempo. Novamente, fizemos tranquilamente, apenas não paramos. Remamos 5,7 km em 1h08min. Um tempo que me animou profundamente. Eu não tinha muita ideia de qual velocidade conseguiríamos desenvolver, e acho que, indo a 5 km/h podemos fazer tranquilamente 30 km por dia, o que está bem além da nossa meta. Falta saber se o corpo aguenta, e esse é o objetivo da nossa próxima saída.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Alguns pequenos comentários...

...sobre o que tenho visto nas minhas pesquisas pela internet...


  • Todos os que deram a volta na Ilhabela remando o fizeram em menos de 4 dias. Teve uns malucos  que fizeram em dois (www.youtube.com/watch?v=i4ifODQn3xY);
  • Todos os que deram a volta na Ilhabela remando utilizaram caiaques fechados. Não há relatos de sobreviventes com sit on top;
  • Todos os que deram a volta na Ilhabela remando levaram pouquíssima bagagem;
  • Todos os que deram a volta na Ilhabela remando utilizaram remos com desenho especial ("Rasmussen", "Lendall", sei lá, entendo porcaria nenhuma de remo);
  • Todos os que deram a volta na Ilhabela remando são pessoas muito mais felizes agora.